Dois ônibus são incendiados e viaturas da Polícia Militar são depredadas após morte de traficante no ES
27/03/2025
(Foto: Reprodução) Ataques aconteceram em Vitória e na Serra. Secretaria Estadual de Segurança acredita que os ataques tenham sido motivados pela morte de traficante no bairro São Benedito, em Vitória. Ônibus são incendiados e viaturas das PM são depredadas em ataques na Grande Vitória
Dois ônibus foram incendiados, duas viaturas da Polícia Militar foram destruídas a pedradas e outras foram atingidas por vários tiros na Grande Vitória na noite desta quarta-feira (26). Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, os ataques foram motivados após a morte de um traficante, um dos líderes do tráfico de drogas do bairro São Benedito, em Vitória.
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As ações foram registradas em bairros de Vitória e em Jacaraípe, na Serra, região Metropolitana do Espírito Santo. Ninguém se feriu, mas por questões de segurança, nesta quinta-feira (27), 19 linhas de ônibus não circularam na parte alta de bairros da capital.
Ataques em Vitória e Serra
Um ônibus do Transcol foi incendiado por volta de 20h nas proximidades da Ponte de Camburi, na altura de Jardim da Penha, em Vitória. O veículo trafegava pela avenida Dante Michelini, em direção ao bairro Jardim Camburi.
Segundo testemunhas, três homens entraram no coletivo e se passaram por passageiros. Quando o veículo se aproximou da ponte, os suspeitos jogaram gasolina no interior do coletivo ainda com os demais ocupantes dentro. O motorista abriu as portas e todos saíram. Na sequência, o ônibus foi incendiado.
Coronel fala sobre ataques na Grande Vitória e garante circulação de ônibus
O Corpo de Bombeiros foi acionado e uma equipe conseguiu controlar as chamas. Segundo a corporação, o solicitante disse que o fogo foi provocado por dois homens, que fugiram em seguida.
O trânsito no local foi impactado e desviado para dentro da Praia do Canto para quem se dirigia em direção a Jardim Camburi.
A Polícia Militar comunicou ter sido acionada na para a ocorrência, e disse que, conforme relatos, dois indivíduos armados e encapuzados colocaram fogo em um ônibus e, depois, fugiram para uma área de mata e não foram localizados.
Segundo a polícia, outro ônibus foi queimado por volta de 23h em Jacaraípe, na Serra, região Matropolitana de Vitória. Além dessas ocorrências, duas viaturas da Polícia Militar tiveram os vidros quebrados e pneus furados também no Bairro da Penha.
Homens armados e encapuzados colocam fogo em ônibus do Transcol em Vitória, espírito santo
Reprodução/TV Gazeta
Motivação dos ataques
Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno, os ataques foram motivados após a morte de um homem que seria uma das lideranças do tráfico de drogas do bairro São Benedito.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, o suspeito era Anderson de Andrade Bento, o Andinho, uma das lideranças do Primeiro Comando de Vitória (PCV), facção com sede no Bairro da Penha e que atua em todo o Espírito Santo. Andinho foi morto em um confronto durante uma operação de saturação da PM nesta quarta-feira.
Foragido da Justiça, Andinho, que estava completando 32 anos justamente na quarta-feira (26), tinha um mandado de prisão em aberto por homicídio, associação criminosa e era irmão de outros três integrantes da cúpula do PCV.
Homens armados e encapuzados colocam fogo em ônibus do Transcol em Vitória, espírito santo
Daniel Marçal/TV Gazeta
Ônibus não circularam na parte alta dos bairros
A Ceturb-ES informou que na manhã desta quinta-feira (27), por questões de segurança, os ônibus que atendem à parte alta dos morros de Vitória estão com a operação alterada, deixando de ir na parte alta dos bairros.
As linhas 022, 031, 031-A, 044, 101, 103,, 111, 125, 532, 051, 052, 171, 163, 184, 516, 073, 074, 182 e 172 são algumas das linhas afetadas .
As linhas da Leitão da Silva estão operando normalmente. Assim que a situação se normalizar os itinerários originais voltarão a ser cumpridos.
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Empresa de ônibus detalha ação dos criminosos
A empresa responsável pelos coletivos informou que dois ônibus do Sistema Transcol foram incendiados e ficaram completamente destruídos na noite desta quarta-feira (26). Em ambos os casos, os criminosos agiram com os passageiros ainda dentro, mas não houve feridos.
No primeiro caso, na Praia do Canto, em Vitória, três indivíduos embarcaram no ônibus da linha 523 (T. Jacaraípe/T. Jardim América via Beira-Mar), no ponto da avenida Saturnino de Brito, próximo à Ponte de Camburi. Eles pularam a roleta e, um ponto depois, com o veículo já em movimento, ordenaram que todos descessem, ao mesmo tempo em que jogavam gasolina no ônibus, e atearam fogo. O veículo seguia sentido Jardim Camburi, Vitória, e contava com uma média de 20 passageiros.
A segunda ocorrência foi registrada no bairro Jacaraípe, na Serra, e envolveu um ônibus da linha 863 (T. Jacaraípe/ Residencial Jacaraípe via Castelândia/ Costa Dourada). Os criminosos agiram da mesma maniera.
Por volta das 23 horas, embarcaram no ônibus, sentido Enseada de Jacaraípe, e, no ponto seguinte, ordenaram que todos descessem e atearam fogo. Havia cerca de 30 passageiros, na ocasião.
O GVBus, por sua vez, lamenta a depredação e a destruição de ônibus coletivos de forma criminosa, e ressalta que esse ato somente traz prejuízos para o Sistema Transcol e para os moradores dos bairros onde os fatos ocorrem.
Em pouco mais de 20 anos (entre 2004 e 2025), 97 ônibus do Sistema Transcol foram incendiados por criminosos, três deles em 2024, e outros quatro este ano, ficando todos completamente destruídos.
Custos de acordo com a empresa
Segundo a GVbus, o impacto financeiro com ônibus totalmente destruídos é de R$ 77,6 milhões em pouco mais de 20 anos, levando em consideração o custo de reposição desses veículos em valores atuais – um coletivo novo custa em média R$ 800 mil, já os micro-ônibus, média de R$ 650 mil.
A GVbus disse ainda que estes prejuízos recaem em todo o sistema, especialmente nas empresas de ônibus, mas também na população. Isso porque, segundo a empresa, embora os consórcios possuam veículos reservas para garantir a operação, a destruição de um coletivo gera transtornos, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação.
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